(En)cadeados.

Museu das Emoções
2 min readApr 8, 2021
Fotografia by Paulinho de Oliveira

Um cadeado.

Precisa de uma chave. Ou um código. Ou uma impressão digital. Ou não precisa. Para muitos, precisam mas não conseguem. Existe cadeados complexos. E cadeados com muita ferrugem. Ou as mãos que seguram também tem cadeados. Que coisa estranha!

Prisão? Talvez não. Um cadeado prende. Mas também protege. De quê? De quem? Quem toma a decisão da missão que tem o cadeado?

Eu? Tu? Vós?

Muitas vezes a pergunta assola o pensamento… quantos cadeados arrastamos atrás ou à frente dos nossos passos? Quantos cadeados são meus? E quantos são de outros? Quantos aceitei de coração? Quantos me foram colocados? Os cadeados são vírus, bactérias? Mas existe bactérias boas e os vírus não são seres vivos mas temos que os eliminar. Que confusão!

Quantos? Tenho a certeza que muitos. E não tem mal. Se for opção.

Se não for, temos opção. Espera! Repeti-me. Vou reformular.

Quantos? Tenho a certeza que muitos. E não tem mal. Se for opção. Se não for, temos opção. Ups. Repeti-me outra vez (apenas não fiz parágrafo. Desculpem).

Mas foi mesmo opção repetir-me.

Porquê? Quando os cadeados vagueiam pela rua e os deixamos prenderem-se a nós, deixamos invadir o nosso interior. Eles não gostam do exterior. São lapas auto consumidoras de órgãos emocionais. Ficam ali, a repetir a sucção de slides mentais à espera que a tristeza nos invada.

Ah, mas eles podem proteger. Dizem. Mas cá para mim, protegem do que não aceito enfrentar: ter coragem. Sim, ter coragem é uma equação complexa. Tal os cadeados.

Mas se queremos chegar a um lugar diferente, tiremos lá esses cadeados e viremos à esquerda. Não! À direita porque temos ido sempre para a esquerda e por ai já percebemos que chegamos sempre ao mesmo lugar.

Mas, claro, pode ser mesmo opção… chegar sempre ao mesmo lugar.

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Museu das Emoções

Criativos Indisciplinados. Procuramos dentro de nós a leveza das palavras e emoções. Partilhamos a arte de expandir o pensamento...