QUANDO AS CRIANÇAS ASSUMEM UM TRIBUNAL, DÁ RISADA TOTAL!

Museu das Emoções
3 min readApr 18, 2021

Hoje vou partilhar uma estória que quase que parece ficção, anedota ou outra contada pelo mais brilhante comediante.

Passou-se numa aula lecionado por mim numa escola com características muito próprias mas que dá um prazer imenso pois um simples papel é um tesouro.
A dinâmica chamava-se “O Tribunal” e tinha como objetivo promover o tema “Eu decido”.

Expliquei a atividade que consistia em criar um tribunal onde fosse julgado um caso. Esse caso era a agressão de um rapaz a uma rapariga.
O grupo começou por selecionar quatro juízes e de seguida formou-se dois grupos. Em cada grupo, teria que existir a vitima (no outro, o agressor), dois advogados, testemunhas e familiares. Após combinarem, sentaram-se de forma a que pudessem iniciar a sessão, existindo até, o presidente juiz!
Iniciou-se uma simples brincadeira, mas com uma riqueza pedagógica incrível. Mas não quero falar disso. Quero partilhar um momento hilariante e ao mesmo tempo, brilhante.

Ouvimos a vitima que alegou estar numa festa e que ao sair, o agressor deu-lhe socos no olho esquerdo e depois entrou e guiou um carro preto com três pessoas (inventado pela criança).
O alegado agressor (Y), defendeu-se dizendo que foi a essa festa, saiu mas não fez nada. Disse também que não veio de carro, veio de bicicleta (o máximo!).

Após várias alegações, iniciou-se a ronda das testemunhas. E chegou a testemunha do agressor, com instruções especificas de deitar por terra a alegada agressão, ou seja, relatar algo que ilibasse o alegado agressor. Passo a citar.

Advogado do agressor — Srª X, é testemunha do Sr. Y?
Testemunha X — Sim, sou.
Advogado do agressor — Diga-nos o aconteceu na noite da festa.
Testemunha X — Bem, ele agrediu a vitima…

Risada total na sala!!! Quando todos aguardavam pela defesa, o ataque surgiu de onde menos se esperava! Acalmei o grupo e a mim mesmo, e continuamos. Voltámos à testemunha.

Advogado do agressor — Srª X, é testemunha do Sr. Y?
Testemunha — Sou.
Advogado do agressor — Diga-nos o aconteceu.
Testemunha — Bem… ele agrediu a vitima…

MEGA RISADA NA SALA! Nem eu resisti! Chorei de rir! A turma toda ria enquanto a Srª X, começa a deitar lágrimas por todos estarem a rir. Após longos segundos, pedi à turma para voltarem a acalmar. E assim aconteceu e voltamos à carga. E preparem-se pois o melhor está para vir…

Advogado do agressor — Srª X, é testemunha do Sr. Y?
Testemunha — Sou.
Advogado do agressor — O Srº Y não agrediu a Srª X, pois não? (pergunta com resposta não fosse o diabo tecê-las)
Testemunha — Não. — Suspiro na sala por parte de todos!
Advogado do agressor — Então conte o que aconteceu.
Testemunha — Bem, o Srº Y estava na festa e depois saiu. A Srª X chamou-lhe nomes, ele ficou nervoso e AGREDIU-A!!!!

Escusado será dizer que foram longos minutos de riso! E lá estava a Srª X a chorar pois estavam a gozar com ela.

Sou um sortudo pois faço o que gosto e estes momentos são verdadeiros motivos para viver ainda mais feliz.

nota: a Srª X é uma criança com resultados escolares muito bons e dei o apoio necessário para que lidasse tranquilamente com a situação. Não esquecer que apesar de brincadeira, muitas conclusões se podem tirar deste episódio de desenvolvimento e crescimento.

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